INSPIRAÇÃO

INSPIRAÇÃO

             Geraldo Câmara

Estou com uma incrível vontade de escrever.

Como se não o fizesse todos os dias transbordando minha alma.

Sentado frente ao computador, em atitudes, às vezes calma,

Freneticamente bato as teclas sem nem sequer as ver.

Busco no fundo meus pensamentos noturnos

Das horas em que em sonhos acordado penso estar.

E as loucuras e devaneios que se apresentam naquele dormitar

Jogo ao papel em poemas vibrantes, mas muitas vezes soturnos.

E por quantas vezes versos e rimas mesclam realidade

Com a voraz interpretação do sonhar felicidade

Busca incessante de poetas mundo a fora.

Vibrar, sentir, chorar, orar e cada vez mais a declamar

Os inúmeros passos da vida que lhe está a ofertar

 E a pedir também que o poeta nunca  vá embora.

ABRA A PORTA

O lugar parece bastante excitante!

Corredores de um vermelho gritante

E um movimento sempre intenso.

Um verdadeiro e grande labirinto

Que incessantemente eu sinto

E um som de tambor que me parece imenso.

Dentro dele existem imensas alegrias;

Em contraponto estão as nostalgias,

Um lugar de mão e contra-mão.

E em mim vai surgindo um sentimento

Uma espécie de pressentimento

Que me diz a hora de sentir ação.

É quando não mais ele suporta

E me diz, ele mesmo, em tentação

Chegou a hora de abrir a porta

Deste lugar que é seu coração.

MEMÓRIA

Geraldo Câmara

 

Quem és tu que me cobres de lembranças,

Que me faz recordar meus tempos de criança

Eu brincando inocentemente com a vida ?

Quem és tu, doce e bendita memória,

Acumuladora da história e da estória

Arquivo vivo de uma era enternecida?

 

Quem és tu também que crescestes comigo

A me lembrar que existe o prêmio e o castigo

E que andam juntos o  ódio e o amor?

E se o primeiro não lhe habita o coração

Deixe que o amor o invada com emoção

Sem escrúpulos, alma aberta, sem temor.

 

Então com licença, vou me livrar da escória,

Tentar deixar o bem que um dia eu possuí

Afastando de vez desta memória

O mal que certamente  eu já vivi.

 

(Maceió, 26-01-2020 – 8:20 AM)

 

 

O hospital

Meninos, vou lhes contar um caso que eu assisti num tal de Pronto Socorro.

E foi assim que conheci, que triste sina,

um outro lado gozado desta nossa medicina.

Lá vem sirene tocando, estudante levantando, ôpa, ôpa está chegando.

 Anda logo seu pixote que aí vem mais um pacote.

Cutuca o bicho, seu moço, que é pele em cima do osso.

Leva pra radiografia, telefona para um parente.

Deve ter alguma tia que ficou para semente.

Vai precisar de cirurgia… Apronta a sala depressa senão ele não sai dessa.

Sai da frente vagareza, arranja outra enfermeira.

Vagareza já não serve, pois tem que ser mais ligeira. Continuar lendo “O hospital”

O salão de beleza

Ir ao salão de beleza é uma prática comum na vida das mulheres. Mas pela ótica do humor, pode ser assim.

Do nosso livro “O mundo real das Satiricrônicas”

Maria, Amélia, Tereza, o nome é que pouco importa…mas a elas muito importa frequentar diariamente um bom Salão de Beleza.

O Salão é de beleza, com certeza, mas em gostosa mistura o que tem mais é…feiura.

Velha que estica a pele, passa creme de limpeza, ou então sei lá o que.. Bardhal, Veloz HP. E quando a doença é crônica é só tomar em gotinhas três vidros de loção tônica. Continuar lendo “O salão de beleza”

Mais uma vez bisavô – chegou Júlia

Ele foi meu primeiro neto,

Foi o de frente da linha

Meu quindim, meu afeto.

Com tantos outros na vida minha,

Também foi ele, Bruno,

A entrar na nova reta

E há cinco anos me dar

Minha primeira bisneta.

E como foi grande a alegria

De receber com amor

A nossa querida Bia.

Aí, de Highor veio Arthurzinho,

O valete bisnetinho.

E agora, lá vem o Bruno,

De novo, com a sua Tati,

Dizendo JÚLIA chegou!

E que o mundo a acate

Que seja mais um amor

Para o velho bisavô

Que, junto com a bisavó,

Ainda vai esperando,

Daqui a pouco chegando

Do meu Deco e de Mirella,

A bisneta Giovanna.

Vai ser mais uma desculpa

Pro velho tomar mais cana.

O meu piano

Minha primeira professora me batia os dedos

Com uma varinha idiota, por enganos ledos,

Achando que com isto eu aprendia.

Insistia em me fazer exercitar a rapidez de um Hannon

Mas, na verdade, eu queria tocar como um Valdir Calmon

E despejar no piano toda a minha ouvidoria.

E de tanto fazer para ela as mais irritantes caretas,

Minha mãe resolveu dispensá-la por todas essas mutretas

Que propositadamente eu fazia.

E aí, tornei-me um pianista livre, dono de mim e do meu piano

Usando o meu ouvido sensivelmente, como era meu plano

Dele transbordando a minha fantasia.

E os dedos corriam céleres, sem fiscais, pelas teclas de marfim

Buscando mostrar a todo o mundo o que era melhor pra mim.

Encontrando a música, elaborando sons.

Até porque, nem por sombra eu pretendia ser um grande pianista.

Na verdade eu desejava curtir a minha alma de artista,

O piano e eu, afinados, nos mesmos tons.

Aguenta Vanessa

VANESSA para o Blog

Não sei quem de nós dois, nessa vida, escolheu quem.

Sei que, se o destino existe, a ele estou dando amém

Desde o dia em que ela me apareceu.

Eu estava adormecido, combalido diante do amor

E no primeiro beijo tomado, sentiu-se logo o furor

De um vulcão que, apagado, reacendeu.

Os mesmos gostos, as mesmas intenções e preferências,

As mesmas atitudes na simplicidade ou na excelência.

No que eu sentia ela não era avessa.

Personalidades à parte, desejos incontidos consentidos,

Tudo levou nossos caminhos para que sempre unidos

Fôssemos eu e minha musa Vanessa. 

Nem sempre de poesia se modula a existência de um casal.

Existe um dia a dia e toda uma conjuntura ligados ao material

Mas que nunca abalou nossas convicções. 

Por estes anos, nem tanto trocamos mil juras de amor.

Só jura quem já não crê que o amor aumenta com a dor

E nós fizemos um só dos nossos dois corações.