
Coluna BARTPAPO – Tribuna Independente – 10-06-2022 – Geraldo Câmara
O Brasil está de pernas pro ar. Nada funciona como se espera de um país sério e as coisas vão ficando tão complicadas que nem de trapézio somos capazes de lidar com elas. Sinto asco do tempo em que vivíamos uma inflação catastrófica e que os preços subiam diariamente absolutamente sem controle e que precisávamos todas as noites aplicar nosso bendito dinheirinho em algo chamado de “over night” para que no dia seguinte ele não amanhecesse tão deteriorado. Os salários eram terrivelmente vilipendiados e as pessoas de pouca renda viviam em verdadeiro pânico.
É claro que não queremos isto para nós, de novo. É claro que esperamos que as coisas hoje sejam um pouco mais controladas, mas nos dá medo ao sentirmos que muitas delas começam a fugir do controle de autoridades que não conseguem, por exemplo, encontrar um caminho para a crise dos combustíveis. É é bom lembrar que eles, os combustíveis são um enorme fator de inflação, já que são os que propiciam o transporte de mercadorias, sobretudo agrícolas e fazem parte desse enorme sistema de distribuição. Ora, se o diesel, por exemplo, está nas alturas todas essas mercadorias tendem a subir.
E este assunto, a logística que envolve os alimentos rurais de primeira necessidade se deve muito ao fato de que o país é cortado e mal cortado por estradas de rodagem e foi abandonado no que diz respeito às vias férreas, absolutamente necessárias em um país de dimensões continentais como é o nosso. O saudoso Juscelino Kubitschek que foi o responsável pela fundação de Brasília, pela marcha para o oeste, pelo aproveitamento máximo do território nacional e que foi capaz de levar à frente seu projeto em apenas cinco anos – “50 anos em 5” – tinha como meta numa possível volta ao poder em 1965 a marcha real com o país todo entrecortado de vias férreas e vias navegáveis, o que, se tivesse sido feito estaríamos com uma outra feição e nem tão reféns do petróleo combustível. No entanto, a revolução chegou um ano antes, em 1964 e Juscelino não participou como nenhum outro de eleições presidenciais até porque elas não aconteceram.
Mas nem só de “pernas pro ar” estamos por conta dos combustíveis. Mas, de um modo geral e ainda até hoje por um desgoverno, por um labirinto que não leva a lugar algum, que não tem planejamento definido em nenhuma área, que não se encontra nos desígnios de um Brasil que precisa de autoridade e não de autoritarismo; que não quer ver briga entre poderes, mas a briga de poderes para um bem comum que é o futuro do Brasil.
Nos encontramos em pleno labirinto. Não sabemos qual o norte para o qual devamos caminhar ou, pelo menos nos orientar. A afirmação de que a educação está “absolutamente equilibrada” é de um desequilíbrio só. Estar com alunos na escola é um bom princípio, mas dar a ele um futuro promissor é o que mais preocupa porque este não é um lugar para privilegiados, mas para crianças e jovens que tenham o privilégio de aprender bem e com o foco no emprego, na atividade que vai lhes render para o resto da vida. Os canudos de advogados, por exemplo estão por aí e eles se batendo uns nos outros. E tantas outras profissões com as quais isso acontece por não haver um direcionamento profissional mais adequado, desde a infância.
Enfim, se formos enumerar e dissertar sobre os caminhos errados que insistimos em trilhar possivelmente estivéssemos escrevendo um livro e não um simples e modesto artigo. Na verdade, o que gostaríamos de saber é que uma nova elite política estivesse a caminho, mudando conceitos, acreditando no país e revolucionando no mais belo sentido da palavra, métodos e sistemas desse país tão rico. Só assim as futuras gerações escreveriam nossa história com mais prazer.
FOTONOTAS

Wendell Pedtrocelli–O atual capitão dos portos é o Comandante Wendell Petrocelli, um cidadão que você gosta desde o primeiro momento e se conquistar sua amizade pode ter certeza de que a terá para sempre. Gente boa com seus comandados e com a vida, Wendell navega nas águas tranquilas do relacionamento com uma disposição incrível e até diferente para os dias de hoje. Bem de família ele transforma seus amigos também em componentes dessa grande tropa que tem como comandante o seu entusiasmo, a vontade de servir e de participar ativamente do progresso e das conquistas de seu país. Conhecer e privar de sua amizade é estar em águas mansas.

Aninha Monteiro –Adoruuuuuuuuu! É assim que Aninha se expressa junto aos amigos quando quer mostrar seu prazer por alguma coisa ou por alguma atitude. Da mansidão das Alagoas para o mundo, corajosamente Aninha se lançou a ele e foi conquistando vagarosa, mas firmemente os territórios que queria até se transformar em um ícone do colunismo social, inclusive presidindo a associação que congrega os colunistas sociais de todo o Brasil. Sua alegria permanece, seu amor pelos amigos cresce e assim essa irrequieta figura do jornalismo “society” vai mostrando que o Brasil é pequeno e que se der sopa ela vai muito, mas muito mais em frente.
PARE PRA PENSAR (do meu livro do mesmo nome)
O brasileiro comum é um eterno jogador de futebol. Dribla, avança, retrocede, defende, ataca e quando menos se espera faz gol e vence o jogo da vida.
ALERTAS DO DIA
- Aos meus leitores, licença para que essa primeira nota não seja um alerta, mas um agradecimento pessoal que preciso fazer. Em todos esses meus anos de Alagoas tenho recebido as melhores deferências, prêmios, títulos de cidadania, troféus, todos deixando-me profundamente agradecido. Hoje, exatamente nesta sexta-feira, 10 de junho, estarei na Capitania dos Portos em solenidade festiva pela Batalha Naval do Riachuelo e recebendo das mãos de seu comandante, Wendell Petrocelli o título de “Tripulante Honorário”. Nem preciso dizer da minha alegria e da honra de que sou imbuído por tão grande presente.
- Um poste na Rodovia 101 Sul, para ser mais exato no Loteamento Barra Mar Aprazível caiu e por lá ficou apesar de a Equatorial ter sido avisada antes da queda. Como nada aconteceu o poste caiu de vez e com ele levou mais dois. 72 horas depois ninguém esteve por lá e os moradores ainda pensando que a propaganda da Equatorial dizendo que está atenta a tudo era verdade. Nem sei se já resolveu ou não, mas que coisas como esta não podem acontecer, claro que não podem. Ficam o alerta e o protesto.
- Alerta! O trânsito na cidade de Maceió tem duas características representadas por dois formigueiros. O primeiro deles é o número enorme de motos, principalmente de entregadores e que pensam que estão em território só deles fazendo as maiores peripécias entre os carros. Hoje representam um enorme perigo. O outro formigueiro é quando as aulas voltam ao normal e as formiguinhas saem para as escolas exatamente na hora do “rush”. Ou talvez o “rush” exista por conta delas. O fato é que quando elas não estão nas ruas o trânsito flui célere.
- E a polêmica sobre o São João continua em Alagoas. Finalmente, o prefeito fez bem ou fez errado ao contratar certos artistas para animar a festa mais popular do nordeste e, claro, também aqui em Maceió? Sinceramente, acho que fica difícil avaliar porque quando o povo está se divertindo ele não quer saber se está dançando e cantando forró ou funk ou qualquer outro ritmo. A avaliação, em que pese o fator cultura local, tem que ser feita levando-se em consideração se a verba foi bem aplicada e se não prejudicou outras atividades básicas da administração municipal.
POR AÍ AFORA
# Às vésperas de uma Copa do Mundo que vai acontecer em novembro no Kwatar, o Brasil jogou com o Japão, que não tem tradição em futebol e ganhou por um mísero 1×0. E assim mesmo, com um penalty batido por Neymar. Apesar de ter sido o campeão nas prévias não podemos esquecer que então o Brasil jogava com os países da América do Sul. Com os europeus e, agora mostrando que com os asiáticos também, o buraco é bem mais embaixo e é preciso muita garra, muita vontade de vencer para entrar na Copa com o astral bastante alto. Caso contrário ficamos sujeitos a intempéries como o famoso 7×1 da Alemanha em 2018. Deus nos livre!
# Trigo a 600 dólares ou milho a 450 dólares por toneladas. As curvas de preços das matérias-primas agrícolas como trigo, cevada, milho, girassol, carne, leite, sobem. É certo que esses números permanecem virtuais, essas duas commodities agrícolas básicas atualmente negociando 20% abaixo desses níveis. Mas eles são um dos cenários negros evocados pelo relatório Cyclope e sua grande parte dedicada às matérias-primas agrícolas. Só em 2021, ou seja, antes dos efeitos da guerra na Ucrânia, “os preços mundiais dos alimentos aumentaram em média um terço em relação a 2020”. (Dados colhidos no Le Figaro)
# De Portugal: “Todas as festas populares no país poderão traduzir-se num total de contágios diretos num mínimo de 350 mil, podendo atingir valores mais elevados se novas variantes entrarem em Portugal”, estima a análise de risco elaborada pelo grupo de trabalho que acompanha a evolução da Covid-19 em Portugal e que a agência Lusa, de lá teve acesso. O documento antecipa também que o número de contágios pelo coronavírus SARS-CoV-2 “produzidos sem máscara, com os níveis atuais são suscetíveis de infeção, em eventos como o Rock in Rio podendo atingir cerca de 40 mil no total“. Lá como aqui o perigo ainda conta.
ATÉ A PRÓXIMA
Amanhã, sábado é dia de “BARTPAPO com Geraldo Câmara”em modelo presencial. Na BAND, canal 38.1 aberto e NET, canais 18 e 518, das 9 às 10h da manhã. Em Arapiraca, canal 45.1. Assista também pelo Youtube no canal “Programas do Geraldo Câmara”. Fale conosco pelo geraldocamara@gmail.com ou pelo Whats’App 82 99977-4399.