“Ouvidor Geral” para o jornal Primeira Edição de 13-12-2021 – Geraldo Câmara
PENSAR É TRABALHAR
Gosto de pensar e adoro trabalhar. Quem pensa trabalha com muito mais eficiência, com melhores resultados. Do pensar nasce o criar. E a humanidade, repleta de problemas, precisa de criações advindas do poder do pensamento. Existe uma história, verídica, de alguém que foi visitar uma grande indústria nos Estados Unidos e ao fim da visita deparou-se com uma enorme sala, onde uma pessoa dormitava em uma das poltronas alheio a tudo o que se passava ao seu redor. O visitante, surpreso, porque o trabalho na indústria era intenso, perguntou quem era e ouviu a resposta: – “Aquele é um dos melhores salários desta indústria”. – “E o que ele faz?” – “Ora, ele pensa!”. O mundo, do jeito que está, quase não se permite mais pensadores. Gente que possa chamar a atenção para os caminhos do futuro, com os pés no chão. Gente que possa planejar o que faz e o que os outros à sua volta possam fazer. A busca incessante pelo lucro acaba gerando prejuízos porque o trabalho a ser realizado e a maneira de realizá-lo não foram devidamente pensados. É necessário que se tenha um pouco de tempo na vida para pensar, para criar, para inovar e para avaliar o que existe no mundo processando as modificações que são imperativas. Um grande criador americano, John Liston, em uma palestra proferida no I Congresso de Comunicação em Acapulco, do qual fui um dos convidados especiais em 1976, disse a frase que sempre me perseguiu, no bom sentido: “Uma ideia nova não existe. O que existe é uma nova combinação de velhos elementos”. Mas, dizemos nós, ela só poderá existir, se pensarmos o mundo; se pensarmos a vida; se pensarmos as coisas mais simples que nos cercam; se pensarmos os buracos de mercado e se buscarmos nas nossas mentes o preenchimento desses buracos. Os governos, por exemplo, no afã de mostrarem trabalho pouco param para pensar. Os dirigentes das instituições públicas, afogados na burocracia exagerada e cerceados pelas ameaças de corrupção, pouco ou quase nada pensam e, ao invés de estarem prestando serviços à nação, acabam por lançarem ao lixo seus anos de administração. Isto porque, os hábitos de pensar, de discutir, de criar, foram por água abaixo no que se chama modernidade administrativa. Vamos pensar, gente! Vamos lançar sementes que realmente gerem frutos. Pensando. E agindo…depois de pensar!
DESTACÔMETRO

O destaque de hoje vai para o engenheiro, hoje ocupando as funções de Diretor Geral do Tribunal de Contas de Alagoas, Daniel Bernardes. Difícil missão, mas que ele exerce com maestria, elegância e competência.
PÍLULAS DO OUVIDOR
É por acreditar no que pensei e no que penso, como no artigo acima que não acredito em quem não pensa; em quem joga palavras fora sem saber o que está dizendo; em quem não para pra pensar como assistimos com as melhores figuras da república.
E, por falar nessas melhores figuras da república, já começamos a ver os encontros e desencontros em relação a essa nova ameaça – pode até não ser – dos entendidos em saúde do nosso país. Estou falando dos “entendidos”. Não dos entendidos.
Aliás, um dos grandes problemas do brasileiro é discutir sempre o assunto que a ele não compete, como se soubesse de tudo e o interlocutor, nada. Como entrevistador de mais de 28 mil pessoas ao longo de 30 anos aprendi muito a ouvir para depois falar.
Conheci, última sexta, o Memorial Pontes de Miranda, no TRT de Alagoas. Um trabalho muito bem elaborado de pesquisa e história que tem à frente o historiador e professor Oswaldo Zaidan Filho, um pernambucano apaixonado por aquela obra.
Pontes de Miranda aficionado pelo Direito foi no entanto multifacetado e envolveu-se até em problemas da física sendo o brasileiro que falou com Albert Einstein e retrucou alguns aspectos da Teoria da Relatividade. Cara a cara com Einstein.
Essa visita, juntamente com alguns dos meus pares na Comissão do Memorial do TCE-AL, deveu-se ao fato de que estamos no início da elaboração desse memorial que será inédito no âmbito nacional. No que se refere a um Tribunal de Contas.
A sociedade precisa aprender muito ainda sobre a atividade dos TCs, sobretudo a de fiscalização exercida por eles. Uma atividade não punitiva que se dispõe inclusive a orientar para que as administrações executivas andem nos eixos.
No entanto, poucos sabem que a maior parte dos processos de corrupção instalados no Brasil, inclusive os da Lava Jato, nasceram de denúncias e fiscalizações exercidas por um Tribunal de Contas. Importantíssimos para a clareza das administrações.

Carlos Conce (foto), o homem que põe palavras bonitas e objetivas nas bocas dos outros. Principalmente dos que precisam falar em público. Conce já formou centenas, se não milhares de pessoas e continua exercendo seu mister com muito amor.
ABRAÇOS IMPRESSOS

Gigi Acioly, que delícia de criatura para se conhecer e conviver! Uma figura ímpar do colunismo de Alagoas e, também formidável como a pessoa que é. Leva a sua coluna neste jornal e na revista Evidência com características